A idéia anômala fregeana de conceito enquanto algo não-mental me parece intuitiva, e lembra o insight wittgensteineano de que certeza não é mental. Checar melhor as relações entre as duas coisas.
Suponha que depressão é a ausência de filtros estéticos entre sujeito e mundo. Nesse sentido, é o próprio realismo, e segue que uma época realista, i.e. uma época esteticamente deficiente, deve ser uma época deprimente. Por sorte culturas anestéticas, realistas, como o materialismo, é que tornam tão variados e multifuncionais os gadgets, aos quais idiotas infelizes anestéticos podem se pendurar desesperadamente.
Sobre o realismo literário, no caso extremo em que emula autobiografia, mas com sucesso -- portanto sem realmente ser autobiográfico --, parece reabilitar o caráter "ontológico" das mitologias perdido com o materialismo; ostensivamente, o caráter de pretensão à verdade. Estou dizendo que parece suprir a lacuna daquelas, enquanto supririam uma necessidade de conferir realidade à ficção, condição para atender a necessidade oposta e mais cogente de conferir estética, ou ficção se quiser, à realidade.
3 Comments:
Uma tentativa de resolver a tensão entre relativismo e fundacionismo no Da Certeza:
http://www.acgrayling.com/wittgenstein-on-scepticism-and-certainty
baixar no jstor e bookzz:
http://www.jstor.org/stable/20005175
(Gill sobre temas "desconfortáveis" - religião, conhecimento tácito - no On Certainty)
http://bookzz.org/dl/838805/b0fd31
(Stroll defendendo fundacionismo wittgensteiniano)
http://www.jstor.org/stable/20013093
(Duncan Richter - exame de Stroll e tentativa de rebatê-lo)
Robert Plant - Blasphemy, Dogmatism and Injustice: the Rough Edges of On Certainty
http://www.jstor.org/stable/40036607
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